A metodologia permite reunir dados dispersos em várias bases e tratá-los para que estejam acessíveis a associações e empresas florestais, órgãos governamentais, consultorias do setor e universidades.
Uma solução desenvolvida pela Embrapa Florestas (PR), em parceria com a Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (Apre), possibilita o acesso, organização e tratamento de várias bases de dados sobre o setor florestal. O procedimento criado permite responder a perguntas como: quanto o Brasil exporta de portas? Quais os principais municípios produtores de madeira de eucalipto em Minas Gerais? O município de Eunápolis produz madeira em tora para outras finalidades? Quais são os principais países para os quais o Brasil exporta breu e terebintina? Para isso, a metodologia ajuda a acessar seis diferentes repositórios de dados secundários do setor.
“A metodologia irá permitir melhor diagnóstico do setor, visando a um planejamento florestal em escala regional e nacional, inclusive com detalhamento municipal dependendo da disponibilidade de informações”, declara o pesquisador da Embrapa José Mauro Paz Moreira, um dos idealizadores do trabalho. A “Metodologia de acesso e análise de dados da cadeia produtiva brasileira de florestas plantadas” utiliza um conjunto de procedimentos informatizados baseados em rotinas desenvolvidas em R, linguagem de programação estatística e gráfica de acesso livre e gratuito.
De acordo com o pesquisador, a ideia da metodologia é buscar esses dados dispersos em várias bases e tratá-los para que estejam acessíveis a associações florestais, órgãos governamentais, empresas florestais, consultorias do setor e universidades.
O principal motivador para esse projeto, segundo Moreira, foi a dificuldade em acessar bases de dados secundárias brutas do setor, fator agravado pela diversidade de fontes de informação, muitas vezes não conectadas. “Por isso, buscamos dinamizar o acesso à informação, ao facilitar o tratamento e a análise dos dados secundários por meio de um software gratuito (@R) para ampliar o acesso e difundir o conhecimento sobre as bases de dados florestais”, relata.
A solução foi projetada para que um usuário com treinamento médio em análise de dados e programação possa realizar o procedimento de acesso ao conteúdo de cada base. “A solução permite gerar informações de acordo com interesses específicos, e pode ser utilizada para agregar valor à atividade, seja ela empresarial, governamental ou de elaboração de políticas públicas e de desenvolvimento setorial”, afirma o cientista.
“Essa metodologia vem suprir uma demanda constante das associações e entidades que representam o setor florestal, pois permite apresentar a participação da produção florestal no desenvolvimento de determinada região. A escolha dos melhores indicadores, decorrente das informações e dados disponíveis, bem como a sua coleta, tratamento e análise, são etapas fundamentais para esse trabalho”, ressalta Ailson Loper, diretor-executivo da Apre.
Fonte: Embrapa/Florestas