Liderança indígena e deputada federal eleita em 2022 está na COP27 para reforçar a necessidade de políticas de proteção efetivas para os biomas brasileiros e as pessoas que vivem nas florestas
Sem os povos originários nos espaços de poder, o avanço das mudanças climáticas não pode ser contido, é o que reforça a deputada eleita em 2022, Sonia Guajajara na COP27, a Conferência das Partes, que ocorre até novembro no Egito.
“O Acordo de Paris e a declaração de Nova York sobre Florestas já escreveu a importância do conhecimento tradicional como aliado do conhecimento científico, e a nossa presença aqui é para dar a visibilidade de que não podemos estar fora das negociações e das tomadas de decisões”.
Sonia Guajajara participou de um painel sobre a proteção dos direitos humanos no contexto da crise climática, no Brazil Climate Action Hub, espaço organizado pela sociedade civil na COP27.
“É a hora de termos políticas nacionais para garantir os acordos feitos no âmbito internacional, em espaços como a COP. Não há como elaborar leis desconectadas do movimento social”, afirmou.
A bancada indígena foi uma estratégia necessária para ter representações nos espaços de tomada de decisão. Guajajara é cotada para assumir uma nova pasta a ser criada no próximo governo, a dos Povos Originários.
“Estamos aqui para dizer ao novo governo Lula que uma das medidas prioritárias para conter o desmatamento é garantir a legislação ambiental forte com órgãos de controle para conter os efeitos das mudanças climáticas. Além da promoção da demarcação de terras indígenas e quilombolas que garantam a sobrevivência dos povos e das florestas”.
Ao criticar o aumento do desmatamento na Amazônia e afirmar a esperança de que o governo Lula revogue, segundo ela, cerca de 400 decretos que desfavorecem a preservação, a liderança indígena também abordou a ilegalidade.
Fonte: Exame