Brasil em busca do topo

Joaquim Leite, Ministro do Meio Ambiente, afirma que o país pode se tornar uma potência no mercado de carbono

        Diante de um potencial cada vez maior de lucros com créditos de carbono, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, explicou durante entrevista ao Brasil em Pauta, da EBC (Empresa Brasil de Comunicação), como o Brasil está se preparando para atrair os olhos de outros países nesse comercial. Para o Joaquim, o Brasil tem diferenciais que o colocam à frente de outros países quando o assunto é o mercado de carbono.

        A principal qualidade brasileira, segundo o ministro, é a diversidade de produtos a serem comercializados, que vão desde créditos de vegetação nativa, de energia renovável, de redução de emissões de aterros sanitários, especialmente do metano, até atividades de agricultura e indústria de baixo carbono.

        Ao explicar o mercado de carbono, Leite deu o exemplo de como uma granja de aves e suínos poderá contribuir para a redução de emissões de gases de efeito estufa, ao mesmo tempo que economiza na sua linha de produção. O metano produzido pelos resíduos dos animais, que iria para a atmosfera, pode ser purificado e se transformar em um combustível limpo. Assim, é possível substituir óleo diesel por biometano em tratores e veículos pesados.

        Outro diferencial do Brasil, de acordo com Leite, é que o governo vai criar uma regra mínima para emissão de crédito de carbono no país. A ideia é que os projetos tenham contrapartidas para proteção da biodiversidade, bem como atividades de desenvolvimento de comunidades locais, gerando renda e emprego, por exemplo.

        Segundo o ministro, tanto o Ministério do Meio Ambiente quanto o Ministério da Economia e o Banco Central estão desenhando como vai funcionar esse tipo de comércio no Brasil. “Hoje, nós temos que nos preparar para termos uma estrutura de mercado nacional para poder atender as exigências internacionais”, pontuou Joaquim.

        Atualmente, o Brasil conta com o mercado voluntário de carbono, que atende à demanda por créditos de empresas ou pessoas físicas que decidem reduzir as emissões de gases de suas atividades econômicas de forma voluntária. “Estamos estruturando o mercado nacional.  Estamos desenhando acordos setoriais para definir a melhor forma para a exportação de crédito”, complementou o ministro.

        Após a criação do mercado global, o mercado voluntário no Brasil está bastante relevante, com alta da demanda e dos preços. “Falta crédito de carbono de floresta nativa para suprir a demanda das empresas que têm interesse em compensar suas emissões e não conseguem reduzir na velocidade que todos queriam”, ressaltou Joaquim.

         Em novembro do ano passado, o governo brasileiro participou da 26ª edição da COP (Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, em inglês), em Glasgow, na Escócia, onde anunciou a meta de reduzir em 50% as emissões de carbono até 2030. “A participação do Governo Federal e dos empresários durante a conferência do clima foi muito importante para mostrar um Brasil que é parte da solução desse desafio climático de redução de emissões”, afirmou Joaquim.

        Ele acrescentou que o governo apresentou mais de cem casos de projetos de sustentabilidade e de economia verde durante o evento. “Não é só se comprometer, é agir. O Brasil mostrou que é um país que faz, que tem atividades sustentáveis”, reiterou o ministro.

       Joaquim Leite destacou a importância da criação da Secretaria da Amazônia e Serviços Ambientais e da modalidade do programa Floresta+ chamado de Floresta+ Carbono. A iniciativa busca recompensar quem reduz emissões. “O objetivo é reconhecer e remunerar a atividade de quem cuida de floresta utilizando carbono como principal indicador, indicador de desempenho de projeto”, explicou Leite. O ministro também lembrou que o presidente Jair Bolsonaro sancionou em 2021 a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais.

Fonte: Revista Florestal

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