A longo prazo, a ausência de uma boa gestão pode prejudicar completamente o desenvolvimento de qualquer negócio.
Por isso, nas operações florestais — que levam anos para serem concluídas —, manter o gerenciamento em dia é fundamental para garantir a qualidade dos processos. Planejamento otimizado, execução eficiente, controles de máquina precisos e fluxos de trabalho automatizados são alguns dos resultados, que possibilitam, por sua vez, aumento na produtividade e no lucro.
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“Uma preocupação muito grande das empresas do setor é a melhoria contínua. Elas procuram fornecedores de tecnologia com o objetivo de entender o que está acontecendo nas fazendas e o que pode ser aprimorado, seja para garantir resultados mais satisfatórios ou para eliminar os custos desnecessários”, comenta Claudia Garcia, Gerente de Contratos Florestais da divisão de Agricultura da Hexagon, que desenvolve soluções digitais para operações agrícolas e florestais.
Hoje, por meio de sensores, hardwares e softwares instalados no maquinário florestal, os gestores conseguem monitorar cada passo da operação e contar com diversos dados e análises que auxiliam na tomada de decisões estratégicas e na resolução de problemas. Confira três fatores que podem ser monitorados para a promoção de uma melhoria contínua dos processos florestais.
1 – Área trabalhada
Um importante indicador obtido através de monitoramento é o status da área trabalhada. Tendo a área total da operação e os registros do trabalho realizado, é possível saber qual foi, de fato, a porcentagem de espaço em que houve execução da atividade prevista, seja preparação de solo, adubação, plantio, ou qualquer outra.
“No geral, a gestão considera a execução do trabalho na área total. No entanto, por condições de limitações, como a presença de árvores nativas isoladas, afloramentos rochosos ou cemitérios de madeira, na maioria das vezes a área real de atuação é menor do que a planejada. Em um cliente no qual realizamos uma prova de conceito recentemente, analisamos mais de 5.400 talhões com área de até 50 ha, e a operação de subsolagem apresentou status médio igual a 84% da área dos talhões”, explica Claudia.
A gerente ainda reforça que o levantamento manual dos espaços não produtivos por uma equipe de georreferenciamento, além de gerar um custo maior de deslocamento da equipe para o campo, muitas vezes é inviável devido ao alto esforço exigido, além de submeter os colaboradores aos riscos inerentes desse ambiente.
Dessa maneira, o monitoramento da área trabalhada permite um controle mais preciso das atividades silviculturais e, consequentemente, ajustes em questões de gestão, como nos pagamentos de serviços e na baixa de insumos. Ter esse status do local produtivo também ajuda no planejamento das ações posteriores, como quantidade de insumo e mudas dimensionados para a área efetiva para plantio, e minimiza erros nas estimativas do volume de madeira nos inventários florestais.
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2 – Tempos de operação
Detalhes sobre os tempos de operação são outra grande contribuição das tecnologias de monitoramento para a gestão florestal. Essas ferramentas proporcionam uma medição de segundo a segundo do que está sendo realizado na fazenda — se a máquina está parada, se está adubando, subsolando, e assim por diante.
Dessa forma, é possível verificar exatamente o tempo total produtivo e improdutivo das operações em diversos níveis de agrupamento: o rendimento por máquina, por operador ou por classificação geoespacial (talhão, fazenda ou unidade), por exemplo. Há cerca de 10 anos, para a execução da atividade de subsolagem, apenas 29% do tempo total monitorado correspondia ao tempo em que de fato ocorria a subsolagem, sendo os outros tempos improdutivos ou auxiliares a produção. Com a evolução do monitoramento e boas práticas adotadas pela gestão, atualmente o tempo produtivo para esta operação apresenta um aumento de 45%. Isto resulta na otimização dos ativos e consequente redução de custos com a utilização inteligente dos recursos.
“Os ganhos para o gestor a partir do bom uso desses dados são muitos, pois ele consegue saber onde estão os gargalos da operação e o que é possível melhorar”, comenta Claudia. Os sistemas também podem levantar os motivos dos tempos improdutivos, como necessidade de manutenções corretivas, falta de insumo para abastecimento, condições climáticas desfavoráveis, entre outros.
A partir disso, é possível atuar em cima das informações identificadas, seja seja na logística de abastecimento de insumo no campo, negociando com as empresas prestadoras de serviços, criando políticas de bonificação de operadores por produtividade ou melhorando a estratégia de manutenção preventiva e corretiva das máquinas e implementos.
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3 – Aplicação de insumos
Outro exemplo de dado analisado nas operações é o total de insumos aplicados. Aqui entram o controle e monitoramento de atividades como aplicação de fertilizantes e corretivos, calda herbicida, isca formicida entre outras operações executadas na implantação e manutenção da floresta.
Com esse valor em mãos, é possível analisar como foi a realização da operação, se houve super ou subdosagem, qual foi a porcentagem do desvio, se vai ser necessário fazer alguma ação de reaplicação e assim por diante. Como os dados são georreferenciados, ficam disponíveis informações sobre as áreas exatas que tiveram falha na aplicação, o que facilita a realização de novas atividades para finalização ou aprimoramento da aplicação de insumos feita anteriormente.
O monitoramento também pode ser importante para que os gestores avaliem a importância do investimento em um controlador. Esse tipo de tecnologia permite que a dosagem de insumo liberada varie conforme a oscilação da velocidade da máquina, resultando em uma aplicação homogênea e muito próxima da recomendação em toda a área florestal. “Uma estimativa baseada na análise real do cenário de um cliente é que, em um sistema convencional, em uma área de 42,19 ha o desvio na dosagem aplicada com o sistema de controle foi de 0,77% em relação a recomendação (300kg/ha)”, reforça a Gerente de Contratos Florestais da divisão de Agricultura da Hexagon.
Neste mesmo cenário, considerando a aplicação do insumo com sistema convencional onde não há o controle da vazão do insumo conforme oscilações da velocidade de deslocamento da máquina, o desvio foi de -10,08%. Isto porque o sistema convencional foi calibrado para a velocidade constante de 4,0 km/h e a velocidade média real desta máquina foi de 4,70 km/h, ou seja, se deslocou mais rápido, consequentemente a dosagem é menor uma vez que o implemento sem o controlador estava calibrado para outra velocidade de deslocamento. Com os dados disponibilizados, ações complementares como baixa no estoque de insumos, controle de ordens de serviço e pagamentos a terceiros podem ser realizadas automaticamente.
Fonte: Forest News