Reunião técnica do Funpinus apresenta resultados de pesquisa e planeja ações para 2023

Embrapa mostra os avanços das pesquisas realizadas, em 2022, com projeto cooperativo de melhoramento genético de pínus voltado para a produção de madeira e resina

        As empresas do Funpinus (Fundo Cooperativo para Melhoramento de Pínus) e os responsáveis técnicos pela condução das atividades de melhoramento realizaram uma reunião para apresentar os resultados e o orçamento executado em 2022, bem como o cronograma e o orçamento proposto para 2023. O Funpinus, que completa cinco anos de trabalhos, congrega dez empresas florestais para apoiar o Projeto Cooperativo de Melhoramento de Pínus (PCMP), com o objetivo selecionar e desenvolver genótipos de pínus com alta produtividade para madeira e resina.

         “O Funpinus é um projeto estratégico para o Brasil e poderá contribuir para aumento da produtividade de Pinus spp. e, consequentemente, ao desenvolvimento econômico do setor florestal. Além disso é muito importante para conservação do gênero, pois estamos resgatando muitos indivíduos de Pinus spp. com testes de procedência, progênie, unidade de observação e outros testes”, destaca a pesquisadora Ananda Aguiar, da Embrapa Florestas.

         Entre os principais resultados de 2022, a pesquisadora cita a superação de objetivos planejados. “Com o apoio das empresas, parceiros e dos estudantes de graduação e pós graduação, várias atividades ficaram com porcentagem bem acima de 100%, chegamos a realizar em algumas atividades 10 vezes mais do que estava previsto. Somente poucas atividades não foram realizadas, então o resultado é bem positivo”, afirma a pesquisadora.

          Dentro dos testes de progênie, os pesquisadores conseguiram fazer a seleção de progênies puras e híbridas para madeira e resina. “Dos testes de progênie existentes foi possível selecionar de 10 a 30 árvores para produção de resina e madeira e planeja-se focar na clonagem desses indivíduos, inserindo-os nos pomares das empresas. Outro destaque foi a seleção de híbridos para madeira e, dentro destas mesmas áreas, queremos, ano que vem, focar na produção de mudas de diferentes híbridos para resina e madeira com as sementes produzidas pelo programa”, conta.

Metas antecipadas

         Após a instalação dos pomares clonais em 2020, a pesquisa previa, para 2024, o início da produção de estróbilos de clones, no entanto, esta meta foi antecipada. “Vimos que alguns indivíduos, em torno de 20% de alguns pomares, já estão produzindo estróbilos. Isso nos permitirá coletar sementes e também validá-los, que era uma coisa prevista para 2024 e aconteceu agora em 2022”, comemora. Atualmente já existem 16 pomares de sementes clonais 18 povoamentos, 10 testes de progênies e teste de progênies híbridas estabelecidos nas empresas”.

         Outro resultado antecipado ocorreu com o teste de progênies hibridas implantado na empresa Pinara (74 cruzamentos realizados em parceria com a Embrapa Florestas/ Unesp de Ilha Solteira e Pinara). “Observamos que muitos híbridos começaram a produzir estróbilos em menos de três anos após o plantio, o que geralmente, começa ocorrer aos oitos de idade, algo bem precoce. No próximo ano, poderemos realizar as polinizações controladas com pólen de matrizes e outras espécies selecionadas para madeira e resina e próprio híbrido (F2)”, diz Ananda Aguiar.

         “As empresas estão colaborando muitíssimo com apoio na produção de mudas e demais atividades com pínus, como coleta de semente e pólen, polinização controlada, enxertias, produção de mudas, implantação e testes de progênie, implantação de pomar clonal. E a gente acredita que, futuramente, vamos ter resultados interessantes com esse projeto. Estamos trabalhando com muitos indivíduos em campo, mais de 200 mil árvores, e estamos selecionando para as duas finalidades principais do projeto”, diz.

Planos para 2023

         Entre os planos para 2023, a pesquisadora destaca estabelecer oito testes de progênie de Pinus patula (para madeira), seis de Pinus elliottii (para resina e madeira), dois testes de Pinus caribaea (resina e madeira) e dar continuidade no estabelecimento de pomares clonais nas empresas. “Vamos começar os testes no início do ano, e com o apoio de todas as empresas vamos concretizar uma rede bem interessante, com 207 progênies em campo de Pinus elliottii, o que será muito bom para diferentes estudos e para realizar as seleções genéticas”, diz a pesquisadora.

         Além disso, o projeto focará nas metodologias de clonagem (que já vêm sendo realizadas desde 2017) via embriogênese somática, micropropagação e topgrafting (enxertia de mudas jovens em árvores adultas), bem como na fenotipagem automatizada e no uso de equipamentos para realizar a avaliação da característica da madeira. “Pretendemos focar mais na metodologia de topgrafting para acelerar a produção de estróbilos precocemente e, consequentemente, no programa de melhoramento”, diz Ananda Aguiar.

          A produção de mudas híbridas também será priorizada, já que o Funpinus dispõe de muitas sementes híbridas. “Além do teste que está no campo, e queremos, junto com as empresas que têm uma estrutura melhor de propagação vegetativa, produzir as mudas clonais para estabelecer os testes e validar esses genótipos para resina e madeira”, afirma Aguiar.

         A pesquisadora também salienta o grande número de parceiros envolvidos com o PCMP. “O Projeto Cooperativo de Melhoramento de Pínus conta com a participação de mais 20 pesquisadores da Embrapa, UFPR, Unesp de Ilha Solteira, IPA/IFSP e UFScar, e vem contribuindo para capacitação de mais de 100 pessoas, entre alunos e técnicos que passaram pelas empresas e as instituições públicas universidades”, enfatiza.

        As ações do Funpinus buscam fortalecer a indústria florestal e permitir que madeiras de plantios florestais sejam também voltadas para a construção civil, por isso, o foco é a produção de indivíduos com boa forma de fuste e qualidade da madeira para atender ao mercado de construção civil.

           E, para o setor resinífero, o Funpinus está selecionando material para produção e qualidade de resina. O projeto também está ligado à questão de mudanças climáticas, e visa ofertar uma grande gama de materiais adaptados para se desenvolver em diferentes situações de clima e solo.

Fonte:  Embrapa

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