Custos de produção de eucalipto e pinus são discutidos pela CNA

Gasto médio dos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e Bahia com fertilizantes correspondeu a 31% do custo de implantação e, com a mecanização, 29%

       Os resultados dos levantamentos de custos de produção de eucalipto e pinus foram apresentados pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), durante o circuito de lives do Projeto Campo Futuro. O presidente da Comissão Nacional de Silvicultura e Agrossilvicultura da CNA, Moacir Reis, conduziu o debate e afirmou que em 2022 foram realizados painéis de eucalipto, pinus e borracha natural nos estados do Mato Grosso do Sul, Paraná e Bahia. No início da live, a assessora técnica da CNA, Eduarda Lee, apresentou os resultados por atividade. Segundo ela, os principais custos de produção do eucalipto em Campo Grande (MS), Ortigueira (PR) e Teixeira de Freitas (BA) estão relacionados com fertilizantes e mecanização.

       “O gasto médio das três regiões com fertilizantes correspondeu a 31% do custo de implantação e, com a mecanização, 29%. Todas elas registraram margem líquida e lucro positivos neste ano”, disse. Com relação ao pinus, que é destinado à serraria e ao processo, Eduarda informou que o sistema de plantio em Jaguariaiva (PR) é 100% manual, logo, 56% do custo de implantação da cultura é com mão de obra. Já a borracha natural produzida em Ituberá (BA) demanda 39% do custo de implantação com mão de obra e 29% com mecanização. “Apesar do heveicultor dessa região não conseguir cobrir o Custo Total, ele consegue obter margem líquida positiva”, explicou Lee.

         A assessora da CNA também apresentou as perspectivas do setor florestal para o próximo ano, com destaque para o aumento do consumo e demanda por produtos florestais e competividade de áreas de plantio com outras culturas como fatores altistas e incertezas nos campos político e econômico e continuidade de alta nos preços de maquinários e insumos como fatores baixistas. O diretor proprietário da CM Florestal, Celso Medeiros, participou do debate e disse que o setor florestal brasileiro passou por momentos difíceis em relação à comercialização de seus ativos nos últimos dez anos. “Os valores ofertados pelo metro cúbico de madeira, toneladas de cavacos e carvão, foram muito baixos e não remuneravam os produtores”.

        Sobre o cenário atual, Celso afirmou que poucos estados possuem um levantamento preciso da sua disponibilidade de madeira. “Existem vários relatórios de hectares plantados por estados, porém a produtividade média é sempre muito abaixo da capacidade de cada região, o que gera um déficit de madeira futura”. Em suas considerações finais, Medeiros pontuou que os produtores e profissionais do setor florestal devem se preparar, pois muitas demandas novas virão. O mercado de crédito de carbono, madeira serrada e certificada serão altíssimos, por exemplo. “O principal desafio é a qualificação de mão-de-obra e o convencimento de produtores rurais que o plantio de florestas tem rentabilidade e que compete com o plantio de grãos”, concluiu o diretor proprietário da CM Florestal.

Fonte: Forest News

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