Conhecimento e desenvolvimento

Congresso reúne participantes de todo o Brasil para discutir e fomentar o reflorestamento como foco na sustentabilidade e economia

Entre os dias 03 e 05 de agosto, em Salvador (BA), a FIEB (Federação das Industrias do Estado da Bahia) recebeu o VI CBRA (Congresso Brasileiro de Reflorestamento Ambiental). O evento contou com mais de 400 pessoas de 14 Estados se inscreveram para acompanhar o evento no local ou online. O congresso teve por objetivo fomentar discussões sobre o potencial econômico do reflorestamento, para além dos atributos ambientais. Também vai discutir como a restauração florestal conserva o meio ambiente, gera emprego e renda, arrecada impostos e movimenta a economia, especialmente no interior. O evento foi realizado ABAF (Associação Baiana de Empresas de Base Florestal), o CEDAGRO/ES (Centro de Desenvolvimento do Agronegócio do Espírito Santo) e UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia).

Carlos Henrique Passos, vice-presidente da FIEB, abriu a cerimônia ressaltando que o setor florestal ajuda a economia da Bahia e do Brasil, a ampliar o leque de opções quanto ao melhor uso da matéria-prima madeira. “Queremos agradecer a realização do congresso aqui em nosso Estado, tornando-se estratégico para ajudar a suprir a demanda por madeira e estimular seu uso múltiplo”, defendeu Carlos.

Leonardo Bandeira, secretário de agricultura do Estado da Bahia, apontou que o congresso traz temas muito importantes para serem discutidos e demonstram que esta cadeia produtiva do setor florestal pode ser desenvolvida com foco na sustentabilidade e na preservação ambiental. “É um setor que tem crescido, representando aproximadamente 20% das exportações do agronegócio no primeiro semestre de 2022”, destacou Leonardo.

Humberto Miranda, presidente da FAEB (Federação da Agricultura e Pecuária da Bahia), ressaltou que a Bahia necessita crescer e se desenvolver de forma cada vez mais sustentável. Em sua fala, Humberto ratificou a importância do setor de base florestal para a economia do Estado, valorizando a sustentabilidade e a integração de diversos setores, das grandes empresas e da sociedade como um todo. “Tudo isso é importante porque acredito que a chave para o crescimento e desenvolvimento está na municipalização, pois é nos municípios onde estão as florestas plantadas, os empregos”, explicou Humberto.

Em sua fala, o embaixador José Carlos da Fonseca Jr., diretor executivo da IBÁ (Indústria Brasileira de Árvores), destacou o momento importante em que este debate acontece. “Esta temática é fundamental não só para nosso setor, mas para o país e para o planeta, diante do desafio da emergência climática”, afirmou José. O diretor executivo comentou também sobre o compromisso do setor em desenvolver um padrão para o mundo que a partir da natureza se desenvolve riqueza. “O setor planta mais de um milhão de árvores todos os dias, esta é a própria definição do reflorestamento”, salientou José, sobre os 9,5 milhões de há (hectares) de árvores plantadas para fins produtivos e os mais de 6 milhões de ha conservados em contrapartida. 

Para Gilmar Dadalto, diretor executivo da CEDAGRO as florestas ambientais dos diversos biomas brasileiros constituem-se num patrimônio inestimável sob o ponto de vista ecológico, social, econômico e cultural e a sua preservação, conservação e uso sustentável é de suma importância. “Espera-se que este congresso traga alternativas viáveis para alguns pontos de estrangulamento da cadeia produtiva da restauração florestal e assim contribuir para o aumento da cobertura florestal natural dos diferentes biomas brasileiros”, explicou Gilmar.

Wilson Andrade, diretor executivo da ABAF ressaltou o potencial do setor de árvores cultivadas como garantia de suprimento de matéria-prima para todos os usos da madeira – atuais e potenciais – a uma nova economia de baixo carbono, a solução passa pelas florestas plantadas. “Para isso, precisamos trabalhar na ampliação de mecanismos que incentivem o consumo e a produção sustentável de produtos florestais: desde o papel e a madeira, até combustíveis mais limpos, como a biomassa, e produtos químicos e farmacêuticos”, informou Wilson.

Além disso, Wilson lembrou que o setor é um dos que mais preserva o meio ambiente e vem estimulando também a restauração florestal. Para o diretor executivo, é preciso estimular o manejo florestal sustentável e, todos que se esforçam nesse sentido, devem ser compensados, utilizando como exemplo o sistema PSA (Pagamento por Serviços Ambientais) e no mercado de crédito de carbono. “Além disso, áreas protegidas podem ser implementadas para dar renda extra, com mel, extrativismo e sistema de ILPF (Integração Lavoura, Pecuária e Floresta), entre outros”, completou Wilson.  

A abertura contou ainda com as presenças de: Isabela Pacheco Miranda (SINDPACEL), Patrícia Machado (gerente de Políticas Florestais e Bioeconomia da IBÀ), Joseval Carqueija (presidente do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia – CREA/BA), Lázaro Pinha (diretor geral da Agência Estadual de Defesa da Agropecuária da Bahia – ADAB/BA), Eduardo Athaide (WWI), Leandro Mosello (MoselloLima Advocacia) e Liniker Silva (professor da UFRB), entre outros.

Todas as informações sobre o evento, como palestras, fotos e trabalhos apresentados podem ser acessadas através do site: https://reflorestamentoambiental.com.br/index.php.

Reportagem da REFERÊNCIA FLORESTAL, edição 244.

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