322 MIL HECTARES A MAIS ATÉ 2030

O Rio Grande do Sul está, a partir do programa ABC+RS, expandindo gradativamente os hectares de florestas plantadas, a fim de diminuir a emissão de carbono. A intenção é que sejam 322 mil hectares a mais até 2030. A iniciativa foi lançada em maio deste ano e está dentro do Plano Setorial de Adaptação e Baixa Emissão de Carbono na Agropecuária (Plano ABC+), que prevê a diminuição de emissão do poluente em 1,1 bilhão em todo o país. Nas regiões da Serra e dos Campos de Cima da Serra, a iniciativa terá impacto direto por conta da atividade madeireira, que possui influência significativa em diversos setores devido à exploração do pinus. A árvore ocupa 214 mil hectares de plantio em toda a região.

Em conversa com a reportagem, nesta terça-feira (25), o engenheiro agrônomo e coordenador do comitê gestor do plano ABC+RS, Jackson Freitas Brilhante de São José, da Secretária de Agricultura do Estado, afirmou que a iniciativa no Rio Grande do Sul é composta por oito metas, entre elas a expansão da área de florestas plantadas, que devem ser realizadas até 2030. Conforme explica o coordenador, a plantação de florestas contribui diretamente com a diminuição do poluente no meio ambiente.

— A área de florestas plantadas é de espécies de rápido crescimento e que acumulam grande volume de biomassa. Então, aquele carbono fica armazenado em um longo período, o que acaba reduzindo a emissão, quando comparado com outros manejos da agricultura. É um    setor altamente estratégico quando se fala na redução de emissões justamente pelo porte das árvores — conta o coordenador.

Além disso, a partir da plantação das árvores, é possível contribuir com aumento em matéria-prima, que compõe todo o setor madeireiro do Estado. Conforme reforça o coordenador, um dos produtos exportados do Rio Grande do Sul para países europeus, por exemplo, é o pellet, que pode ser adquirido de árvores de acácia, eucalipto e pinus.

— Esses pellets são usados em combustível renovável, substituindo combustíveis fósseis. Portanto, é estratégico e importante ter a ampliação das florestadas plantadas, porque não só a árvore está “sequestrando” o carbono, como também os produtos que elas vão originar vão contribuir com a substituição de combustíveis fósseis — pontua coordenador.

Para se ter ideia, na região dos Campos de Cima da Serra, o município de São Francisco de Paula ocupa o primeiro lugar dos municípios gaúchos com maior cultivo de pinus. Conforme dados de 2021 divulgados pela Associação Gaúcha de Empresas Florestais (Ageflor), são 38.577 hectares de plantações. Em toda a região dos Campos de Cima da Serra, são 50.536 hectares da espécie.

Para o vice-presidente de Mercado e Certificações da Ageflor, Lucas Pasetto, o movimento de ampliação da área plantada é atividade que impacta diretamente na contribuição de todo meio ambiente e, também, com produtores que atuam diretamente com o setor madeireiro, por exemplo.

— Ampliar a área com silvicultura no nosso Estado é indispensável. Nas florestas plantadas, a árvore em processo de crescimento é uma das mais eficientes formas de se sequestrar o carbono da atmosfera, como mencionou o coordenador. Este carbono retido na árvore se transforma em matéria-prima para, assim como os pellets, diversos outros produtos que são utilizados no nosso dia a dia — afirma o vice-presidente. 

Conforme o coordenador do ABC+RS, Jackson de São José, a expansão das florestas plantadas pode ser utilizada por produtores pequenos e médios, assim como grandes empresas, desde que tenham licenciamento florestal. A iniciativa de expansão, mesmo ocorrendo de forma gradativa, está em vigor no Estado desde o mês de maio. 

Confira as oito metas do Rio Grande do Sul até 2030

Ampliar em 1,43 milhão de hectares as áreas com adoção de Práticas para Recuperação de Pastagens Degradadas (PRPD);

Ampliar em 600 mil hectares a área com adoção de Sistema de Plantio Direto;

Ampliar em 1,005 milhão de hectares a área com adoção de Sistemas de Integração, sendo 1 milhão de hectares referentes a Sistema de Integração Lavoura-Pecuária-Floresta e 5 mil hectares referentes a Sistemas Agroflorestais;

Ampliar em 322 mil de hectares a área com adoção de florestas plantadas;

Ampliar em 1 milhão de hectares a área com adoção de Bioinsumos;

Ampliar em 216 mil hectares a área com adoção de Sistemas Irrigados;

Ampliar em 11,8 milhões de metros cúbicos a adoção de manejo de resíduos da produção animal;

Ampliar em 200 mil os bovinos em terminação intensiva.

Fonte: Gauchazh

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