Estudo mostra regeneração florestal em solos com históricos diferentes

Neste trabalho, a recuperação do solo ocorreu de maneira similar em fragmentos que receberam corte seletivo de árvores, pastagem e cultivo de café

Pesquisadores da Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo) e do Ifes (Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo) realizaram um estudos sobre a estrutura vegetacional de fragmentos florestais que consideram o uso anterior do solo. O objetivo é ajudar a subsidiar ações conservacionistas e de restauração florestal. Os integrantes do estudo compararam três sítios de um fragmento florestal com diferentes históricos de perturbação e verificaram eles também diferem entre si com relação ao estágio sucessional analisando atributos estruturais da vegetação arbórea e abundância de lianas. A área estudada localiza-se no município de Alegre (ES), em uma Floresta Estacional Semidecidual formada por três porções que foram utilizadas de maneira diversas e com idades de pousio que recuperaram-se de corte seletivo, lavoura de café e pastagem.

Para realizar a pesquisas, utilizaram 19 parcelas de área fixa (20 × 20 m) na amostragem, totalizando 0,76 ha (hectare). Foram medidos todos os DAPs (diâmetro a altura de 1,30 metros a partir do nível do solo) de árvores com diâmetro igual ou superior a 5 cm. Os indivíduos foram identificados com plaquetas numeradas e presas aos fustes. Nos casos de indivíduos perfilhados, as ramificações também foram consideradas, desde que estivessem vivas, sendo contabilizados como um indivíduo para cálculo de área basal.

Além das espécies arbóreas, os indivíduos de lianas enraizados em cada parcela e com DAP ≥ 1 cm foram contabilizados e tiveram os caules mensurados. As lianas não foram coletadas e identificadas, apenas sua abundância e distribuições diamétricas foram consideradas nesse estudo.

A análise da categoria sucessional demonstrou que os sítios com corte seletivo e pastagem possuem estágio mais avançado de sucessão em relação à cultura de café. As análises relacionadas às espécies de maior VI, as síndromes de dispersão e às lianas apontaram estágio sucessional mais avançado somente no sítio de pastagem. As demais análises não demonstraram diferença entre os três sítios, refutando as hipóteses. Acreditamos que o maior avanço no estágio sucessional do sítio de pastagem deve-se à sua localização no centro do fragmento florestal, maior proteção aos efeitos de borda e aos efeitos antrópicos por estar dentro dos limites do Peama (Reserva Legal do Polo de Educação Ambiental da Mata Atlântica do Ifes Campus de Alegre), onde o experimento foi realizado.

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