Amazônia em perigo?

Apesar dos fake news,  estudos mostram que o número de incêndios registrados até agosto deste ano é quatro vezes menor que há doze anos

A polêmica envolvendo os dados dos desmatamentos na Amazônia, divulgados pelo Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) recentemente, incendiaram o país nos últimos meses. ONGs, associações de cientistas e grupos políticos opositores ao governo Bolsonaro criticaram duramente a maneira com que o Executivo tem tratado a questão ambiental, ao acusar o presidente de promover ‘a maior queimada da história’ da Amazônia. Mas os números mostram uma realidade bem diferente.

Em 2019, segundo dados divulgados pelo próprio Inpe, menos de 100 mil focos ativos foram registrados no Brasil até o mês de agosto, o menor número da série histórica, iniciada em 1998. Essa queda já era notada no ano passado. 

Como comparação, nos anos em que o PT (Partido dos Trabalhadores) esteve no poder, foram registrados números bem mais alarmantes. Em 2006, durante os oito primeiros meses do ano, cerca de 390 mil focos ativos de desmatamento foram registrados no ano em que o ex-presidente Lula conquistou seu segundo mandato. Em seu último ano como político eleito, o Brasil ainda assinalava mais de 300 mil focos até agosto de 2010.

A situação era pior que a vivida atualmente. Em 2008, quando deixou a pasta de Meio Ambiente do governo Lula, Marina Silva divergia frontalmente da então ministra das Minas e Energia, Dilma Rousseff, que cobrava uma simplificação das exigências ambientais em relação às obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Já em 2009, quando estava claro que Lula escolheria Dilma para a sucessão, Marina deixou o PT e foi para o PV (Partido Verde). Mesmo assim, houve pouca ou nenhuma mobilização pela Amazônia.

E muito embora 60% da região amazônica se situe no Brasil, a maior floresta do mundo também se estende por outros oito países: Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela, e até mesmo o departamento ultramarino da França, a Guiana Francesa. Inclusive, entre os países que abrangem a região amazônica, o Brasil é o que menos registrou queimadas neste ano, atrás de Guiana, Suriname e, relativamente distante da Bolívia, comandada por Evo Morales.

Apesar de desacreditar a preocupação de certos veículos da imprensa e até de celebridades sobre o tema, que lideraram campanhas de conscientização, Bolsonaro disse que está “ciente” das queimadas e que o governo não está “satisfeito” com o que está assistindo. “Tenho profundo amor e respeito pela Amazônia. A proteção da floresta é nosso dever”, garantiu.

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