Pacto trinacional recupera 1 milhão de hectares da Mata Atlântica

Iniciativa foi condecorada como uma das dez mais relevantes do mundo. Meta são 15 milhões de hectares da Mata Atlântica restaurados até 2050.

Da extensa faixa verde que deixou os europeus extasiados quando chegaram em Pindorama – “terra das palmeiras”, em tupi-guarani -, só restam 25%. O que sobrou da mata que percorria todo o litoral das terras recém-descobertas hoje é foco do Pacto Trinacional da Mata Atlântica. Atuante desde 2009, a iniciativa foi condecorada em dezembro do ano passado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como uma Referência da Restauração Mundial – uma das dez mais relevantes para reavivar o mundo natural em todo o planeta. O projeto foi tema de uma das produções de uma série de documentários em vídeo, com o titulo “Como a América do Sul está restaurando 500 anos de desmatamento”.

Com cerca de um milhão de hectares em processo de recuperação atualmente, o trabalho é desenvolvido em toda a Mata Atlântica. São mais de 300 instituições nacionais e internacionais em defesa do ambiente. “Em todo o mundo, nossas florestas estão sitiadas”, explicou a diretora-executiva do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), Inger Andersen. “A restauração da Mata Atlântica por meio do envolvimento das comunidades locais é um poderoso lembrete de que a natureza pode curar quando há uma chance, com enormes benefícios nesse processo”, completou Inger, em comunicado distribuído pelas Nações Unidas no Brasil. O período entre 2021 e 2030 foi declarado pela ONU como a Década das Nações Unidas para a Restauração de Ecossistemas.  

MUDANDO A HISTÓRIA DE MAIS DE 5 SÉCULOS

A Mata Atlântica cobria a maior parte da costa brasileira, do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul. A Zona da Mata mineira, por exemplo, ganhou esse nome por conta das grandes áreas de Mata Atlântica que ali existiam. 

Em alguns pontos, o tapete verde natural chegava a mais de 200 quilômetros de extensão continente adentro, garantindo comida, água e tudo o mais que era necessário aos povos nativos que já habitavam o continente. 

Desde o início da colonização, foi justamente na Mata Atlântica que surgiram as grandes cidades do País e se desenvolveram os principais ciclos econômicos da História do Brasil: pau-brasil, ciclo do ouro, da cana-de-açúcar e do café. Tudo isso em uma época em que progresso econômico e preservação ambiental eram entendidos como palavras totalmente dissociadas uma da outra.

Embora essa relação tenha mudado significativamente desde então, recuperar o que foi perdido e preservar o que ainda resta é um desafio complexo que demanda ações conjuntas e urgentes , não só pelo seu valor histórico, mas pelo que ela significa para o futuro do planeta. 

Esse é um dos diferenciais do Pacto, que envolve não apenas diferentes países, mas também, sempre que possível, as comunidades que habitam as regiões. “A força do Pacto vem da junção de diversos elos, como uma corrente, que consolida o movimento como referência mundial. São diversos temas trabalhados que vão muito além da preservação”, explica Taruhim Quadros, representante da Rede Trinacional de Restauração da Mata Atlântica. 

Fonte: Habitability. https://habitability.com.br/pacto-trinacional-recupera-1-milhao-de-hectares-da-mata-atlantica/

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